Ministros próximos a
Bolsonaro também fazem teste para coronavírus
Embaixador dos EUA fará
teste após almoço com Bolsonaro
'Estou perfeitamente
bem', afirmou. Bolsonaro realizou o exame na segunda-feira (6), após ter febre
e sentir dores no corpo.
De acordo com
Bolsonaro, ele tomou hidroxicloroquina, remédio que vem defendendo como
tratamento para a Covid-19. Não há comprovação científica da eficácia da
cloroquina para a doença.
"Estou bem, estou
normal, em comparação a ontem [segunda], estou muito bem. Estou até com vontade
de fazer uma caminhada, mas, por recomendação médica, não farei", afirmou.
Bolsonaro já havia
informado a apoiadores na segunda-feira (6) que estava com febre e dores no
corpo e, por isso, decidiu fazer o exame. Ele também disse que fez uma
radiografia e que o pulmão "estava limpo".
O presidente tem 65
anos e faz parte da faixa etária considerada por especialistas como grupo de
risco.
Medidas de prevenção
Desde o início da
pandemia no país, no fim de fevereiro, Bolsonaro vem descumprindo orientações
de autoridades de saúde sobre medidas de prevenção do contágio.
Ele sempre foi
contrário ao fechamento do comércio e ao isolamento social, ações tomadas pelos
governos estaduais para diminuir o ritmo dos contágios. De acordo com
especialistas, o isolamento é a forma mais eficaz de evitar o alastramento do
vírus.
Nos últimos quatro
meses, Bolsonaro provocou aglomerações ao visitar o comércio de rua em Brasília
e em visitas a cidades do entorno do Distrito Federal. Ele também participou de
manifestações a favor do governo. Em diversas dessas ocasiões ele não usou
máscara, posou para fotos, tocou nas pessoas.
Encontros recentes
No sábado (4), o
presidente, ministros e um dos filhos, o deputado federal Eduardo Bolsonaro
(PSL-SP), participaram de almoço promovido pela embaixada dos Estados Unidos no
Brasil em comemoração à independência norte-americana.
Na ocasião, os
participantes posaram para fotos sem máscaras. Em uma das imagens, Bolsonaro
aparece abraçado ao ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo.
A embaixada
norte-americana informou que o embaixador Todd Chapman não apresenta sintomas e
"fará os testes".
Também no sábado, o
presidente viajou para Santa Catarina, onde sobrevoou áreas atingidas por um
ciclone na semana passada. Conforme fotos divulgadas pelo Palácio do Planalto,
o presidente, usando máscara, apertou a mão de uma mulher, caminhou ao lado de
políticos e fez foto ao lado de funcionários do aeroporto.
Na segunda, Bolsonaro
teve uma série de reuniões ao longo do dia com ministros, entre os quais, Paulo
Guedes (Economia), José Levi (AGU), Braga Netto (Casa Civil), Jorge Oliveira
(Secretaria-Geral), Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) e Augusto Heleno
(GSI). Heleno já teve Covid-19 e se recuperou.
'Gripezinha'
"Em 24 de março,
em pronunciamento em rede nacional de rádio e televisão, Bolsonaro chamou a
covid-19, doença provocada pelo coronavírus, de "gripezinha".
"No meu caso
particular, pelo meu histórico de atleta, caso fosse contaminado com o vírus,
não precisaria me preocupar. Nada sentiria ou seria, quando muito, acometido de
uma gripezinha ou resfriadinho", afirmou na ocasião."
Outros testes
Desde março Bolsonaro
fez outros três testes para detecção do coronavírus. O primeiro foi realizado
após retornar de viagem aos Estados Unidos, na qual mais de 20 pessoas que
tiveram contato com a comitiva tiveram a doença.
Em maio, em uma ação
movida pelo jornal "O Estado de S. Paulo", o governo federal entregou
ao Supremo Tribunal Federal (STF) os laudos dos três exames, todos com
resultado negativo.
Os exames foram
entregues ao STF porque o presidente anunciou várias vezes que os resultados
eram negativos, mas se recusava a mostrar os laudos. G1
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