Em Ourilândia do Norte,
a Polícia Civil prendeu em flagrante, na tarde da última quinta-feira (18),
Renildo da Silva, gerente da Ciretran (Circunscrição Regional de Trânsito),
órgão do Detran (Departamento Estadual de Trânsito), naquela cidade, e o
atendente Marcondes Ferreira Neres. Ambos são acusados de cobrança de propina
para a realização de procedimentos relativos à documentação de veículos, tendo
causado prejuízo de aproximadamente R$ 130 mil ao tesouro público.
A polícia recebeu a
informação de que Renildo estava inserindo dados falsos no sistema do Detran,
realizando, em Ourilândia do Norte, vistorias-fantasmas em veículos de outros
Estados, os quais sequer os donos levaram à repartição, e sem processo físico.
Diante das informações,
a Ciretran passou a ser monitorada remotamente, em tempo real e, por volta das
16h, Renildo da Silva foi preso. No órgão foi confirmada a fraude, diante da
ausência de qualquer documentação obrigatória necessária para confecção do procedimento
em confronto com a inserção dos dados no sistema, conforme relatório diário
onde constava o acesso de Renildo realizando a transação.
Ciretran de Ourilândia era o paraíso da fraude no
sul do Pará
No momento da prisão do
gerente da Ciretran, Marcondes Neres, que estava no local, foi indagado pelos
policiais sobre sua função naquele órgão. Ele disse que foi contratado
informalmente por Renildo para trabalhar como atendente no balcão, confirmou
que não tem vínculo empregatício com a administração pública e disse que
aceitou convite verbal feito pelo gerente.
Diante das evidências,
Marcondes também foi preso pelo crime de usurpação de função pública e, na
Delegacia de Polícia, confessou que cobrava propina para acelerar processos de
transferência de propriedade e licenciamento anual de veículos, variando entre
R$ 30,00 e R$ 100,00 por veículo automotor, tudo sob o beneplácito de Renildo.
Informou ainda que muitas vezes havia a
participação de despachantes no cometimento das irregularidades, os quais
levavam, diariamente, demandas para que os envolvidos praticassem as fraudes
agora descobertas. Marcondes disse também que detinha a senha de acesso de
Renildo ao sistema do Detran, e realizava todas as operações com anuência do
gerente da Ciretran. Por fim, foi encontrada na casa de Marcondes vultosa
documentação oficial do Detran. Tudo foi apreendido, assim como os aparelhos
celulares dos dois presos.
De acordo com a Polícia Civil,
Renildo da Silva e Marcondes Ferreira Neves realizaram mais de 2.500 transações
ilegais nos sistemas do Detran, gerando um prejuízo estimado em R$ 130 mil aos
cofres públicos, “verbas estas que deixaram de ser arrecadadas para os serviços
essenciais do Estado”.
Participaram das investigações e da
operação em Ourilândia do Norte policiais civis da Delegacia de Repressão a
Furtos e Roubos de Veículos Automotores do Estado do Pará – DRFRVA/DRCO, em
conjunto com militares do Núcleo de Inteligência do Detran, sob a coordenação
do delegado João Edson Ribeiro Costa. Informações do Blog do João Carlos
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