
Policiais têm 55 mandados de prisão contra suspeitos de
transportar drogas para o Brasil, os EUA e a Europa. Em 2 anos, grupo
transportou ao menos 9 toneladas de cocaína.
A Polícia Federal prendeu 22 pessoas
na manhã desta quinta-feira (21), em uma operação contra uma quadrilha
especializada em transportar drogas da Colômbia e da Venezuela para o Brasil,
Estados Unidos e Europa. Ao todo, agentes cumprem 55 mandados de prisão contra
envolvidos no esquema. Além das prisões, a PF tenta apreender 47 aeronaves
usadas pela quadrilha.
João Soares Rocha, apontado como
chefe da quadrilha, foi preso em Tucumã, no Pará. Aeronaves já foram
apreendidas pela PF.
Segundo a investigação, a quadrilha
transportou mais de 9 toneladas de cocaína entre 2017 e 2018, em 23 voos que
carregavam 400 quilos da droga, em média, cada um.
Além de pilotos, a organização
contava com mecânicos que adulteravam as aeronaves para aumentar a autonomia
dos voos e ocultar o prefixo original dos aparelhos, para despistar as
autoridades. O grupo usava Palmas e Porto Nacional, no Tocantins, como pontos
de apoio.
As investigações indicam que a rota
do transporte de drogas passava pelos países produtores (Colômbia, Bolívia),
países intermediários (Venezuela, Honduras, Suriname e Guatemala) e países
destinatários (Brasil, Estados Unidos e União Europeia).
A operação envolve 400 policiais e conta com o apoio da
Força Aérea Brasileira (FAB) e do Grupamento de Rádio Patrulha Aérea da Polícia
Militar de Goiás. Os mandados foram expedidos pelo juiz federal Pedro Felipe de
Oliveira Santos, da 4ª Vara de Palmas. As investigações também tiveram apoio da
agência americana DEA (Drug
Enforcement Administration) e da agência surinamesa CTIU (CounterTerrorism Intelligence
Unit).
Os mandados são cumpridos no
Ceará, no Distrito Federal, em Goiás, no Pará, no Paraná, em Roraima, em São
Paulo e no Tocantins. Além da apreensão das aeronaves, o juiz determinou o
sequestro de 13 fazendas e de cerca de 10 mil cabeças de gado.
Segundo a PF, os
investigados devem responder por tráfico transnacional de drogas, associação
para o tráfico, financiamento ao tráfico, organização criminosa, lavagem de
dinheiro e atentado contra a segurança do transporte aéreo.
A operação foi batizada de
Flak, termo que, de acordo com a PF, era usado durante a Segunda Guerra Mundial
para identificar a artilharia antiaérea alemã.
O esquema
As
investigações da Polícia Federal apontam que o grupo agia dividido em quatro núcleos.
O primeiro era comandado por João Soares Rocha e tinha a função de gerenciar as
operações de transporte e de distribuição de cocaína. Eles eram responsáveis
pela comunicação com produtores e varejistas do tráfico, organização do
transporte aéreo, recrutamento de pilotos e mecânicos para tarefas
operacionais, definição das estratégias de fuga, seleção das pistas de pouso e
pontos de apoio, além de outras funções gerenciais.
O segundo núcleo era
composto de pilotos e ajudantes que prestam serviços regulares ao núcleo
empresarial. Eles eram responsáveis pela condução das aeronaves adulteradas com
drogas e dinheiro, além da elaboração de planos de voos irregulares, mapeando
rotas para escapar do controle aeronáutico.
Mecânicos que adulteravam
a estrutura dos aviões para prolongar a autonomia do voo integravam o terceiro
núcleo. Eles também faziam manutenção das aeronaves e adulteravam os prefixos.
Os produtores ou
compradores de cocaína, que contratam os serviços do núcleo logístico para o
transporte e a distribuição da droga, são apontados pela PF como quarto núcleo.
G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário