Entre os participantes, houve
um consenso pelo adiamento do pleito por algumas semanas, garantindo que seja
realizada ainda este ano, em data a ser definida pelo Congresso Nacional com
base em uma janela que varia entre os dias 15 de novembro e 20 de dezembro.
O presidente do Tribunal
Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, destacou que “esse foi
um encontro interessante entre ciência, direito e política com a proposta de
encontrarmos a melhor solução para o país”. Ele afirmou ainda que a palavra
final é do Legislativo, que deve deliberar para conciliar as demandas da saúde
pública com a democracia.
A discussão contou também com
a participação do vice-presidente da Corte, Edson Fachin, do presidente da
Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, do Senado Federal, Davi Alcolumbre, e de
renomados médicos e cientistas como David Uip; Clovis Arns da Cunha; Esper
Kallás; Ana Ribeiro; Roberto Kraenkel; Paulo Lotufo; Gonzalo Vecina; e Atila
Iamarino. Também participaram diversos líderes partidários das duas Casas do
Congresso Nacional.
Cada especialista fez
intervenções curtas, de três a cinco minutos cada, para falar do quadro atual e
da perspectiva para os próximos meses em relação à evolução e ao controle da
doença. Em cada manifestação, os médicos reforçaram as características únicas
desse vírus, que acomete principalmente os mais vulneráveis e com limitadas
opções de tratamento. Eles destacaram que esta não é uma gripe como outras que
já surgiram, principalmente porque atinge rapidamente os órgãos e tem alto
índice de mortalidade.
O médico David Uip, por
exemplo, pontuou que o Brasil é um país continental e, por essa razão, a doença
se manifesta de forma heterogênea dependendo de cada região. Entre as sugestões
apresentadas para além do adiamento do pleito, há a possibilidade de horários
estendidos para a votação, definição de horários específicos para população
vulnerável, treinamento e simulação sobre medidas de higiene para todos que vão
trabalhar e aumento dos locais de votação para evitar aglomerações.
Parlamento
:
O presidente do Senado fez questão de ressaltar a importância do significado
desse encontro para debater o adiamento das eleições e afirmou que
“instituições que têm responsabilidade em momentos históricos como o que
estamos vivendo têm a consciência de que essa decisão necessariamente precisa
ser em conjunto”.
Segundo Alcolumbre, há um
significado simbólico no fato de ouvir os representantes do povo, o que
demonstra o respeito do TSE pelo Parlamento ao envolver todos nessa discussão desde
o ponto de partida até a solução. Alcolumbre também registrou seu agradecimento
à Justiça Eleitoral principalmente pelo comprometimento e pela valorização da
ciência.
“Ouvir a medicina e
profissionais de saúde é fundamental”, disse ele, ao exaltar que a união entre
ciência, Poder Legislativo e Poder Judiciário na construção de alternativas
para cuidar da vida dos brasileiros fortalece a democracia e garante que as
eleições serão realizadas com segurança.
O presidente da Câmara, por
sua vez, reforçou que, acima dos interesses políticos envolvidos nas eleições,
deve estar o bem comum. “Nós temos que pensar no bem de todos e garantir a
saúde da população”, afirmou.
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