Em meio à confusão causada pelas
plantas que paralisou no Mato Grosso do Sul, após a Justiça bloquear seus
recursos em bancos por conta de dívidas tributárias no estado, a JBS dá férias
coletivas desde do último dia (18) na unidade de Redenção e já anunciou que a de
Marabá também a partir de segunda (23).
Depois do anunciou a arroba em
Redenção caiu mais R$ 2,00, fechando em R$ 133,00, com o anúncio da parada da
JBS local.
Em nota, o grupo avisa a paralisação
temporária por 20 dias nas duas plantas alegando baixa disponibilidade
de matéria-prima na região em função da forte seca e queimadas nesta época do
ano”. A nota termina com o grupo garantindo a volta à normalidade após esse
período. O mercado local confirma a falta de
boi, mas teme pela pressão maior agora das outras empresas. “De Marabá para
baixo morre entre 6,5 e 7 mil bois por dia, com 50% da JBS; sem ela comprando,
vai regular das escalas dos demais”, explicou o consultor Jordan Timo Carvalho,
que atende pecuarista e também unidades frigoríficas na região.
“E
virá mais queda, porque estavam escalando para três dias, carregando no final
de semana para abater na segunda”, disse Timo Carvalho.
Nota Oficlal da JBS:
“A JBS
informa que os colaboradores da unidade de Redenção/PA estão em férias
coletivas programadas de 20 dias desde a última quarta-feira (18/10) e, na
planta de Marabá/PA, a partir de segunda-feira (23/10), pelo mesmo período. O
motivo para a concessão destas férias é a baixa disponibilidade de
matéria-prima na região em função da forte seca e queimadas nesta época do ano.
Após esse período as atividades serão retomadas normalmente”.
Com frigos
escalados, negócios no MS caem até R$ 8 pela @ com a saída da JBS
O quadro no Mato Grosso do Sul segue
indefinido em relação ao fluxo de boi das fazendas para os frigoríficos
concorrentes da JBS, depois que o grupo anunciou a saída das compras após a
Justiça reter R$ 730 milhões por dívidas tributárias estaduais. O mercado parou
depois que a decisão foi conhecida, na terça à tarde, e ontem depois do almoço
alguns voltaram a comprar, mesmo com escalas prontas, situação que segue nesta
manhã de quinta (19).
Túlio Denari, de Sidrolândia, viu
negócios perderem R$ 8,00 na arroba, com lotes fechados a R$ 130,00 à vista.
“Se a JBS tinha escalas até para 10 dias fechadas, com a saída sobrou boi que
os médios e pequenos frigoríficos acabaram absorvendo a preços menores”,
confirmou Denari. O grupo dos irmão Batistas estavam bancando a arroba em R$
142,00 a prazo.
Questão de oportunidade, disse
Leonardo de Barros, outro pecuarista, de Campo Grande. Segundo ele, as médias e
pequenas plantas que estão comprando estavam com escalas fechadas, para até
mais de 10 dias, mas com os vendedores “feito loucos batendo nas portas”,
naturalmente que acabam ganhando na barganha.
Para Barros, que trabalha também com
gado orgânico, precificado com um plus sobre a arroba – “portanto sou obrigado
a acompanhar a situação como um todo” – o momento requer calma e deverá ser
resolvido rapidamente. E se não for resolvida a questão da JBS, somente na
semana que vem ficará claro como deverá ser a pressão nos preços, já que todos
deverão voltar ao mercado para abrir novas escalas.
Janes Bernardino Lírio, de
Bandeirantes, tem 80 boi prontos, mas não vai negociar por enquanto por uma
arroba que vinha em média de R$ 136,00. “Vão querer me espremer mesmo”, opinou,
reforçando que consegue manter seu gado na boca de furna (região de
serra com terras férteis que descem para o Pantanal), “descansando”.
Na Associação do Novilho Precoce, o
superintendente Klauss Machereth também concorda com Leonardo Martins, dizendo
que a situação ficará clara quando os frigoríficos abrirem as escalas para
valer. “Claro, vai ter pressão, mas com todos comprando as negociações não
ficarão tão desvantajosas para os produtores”, explicou. Por: Giovanni LorenzonFonte:
Notícias Agrícolas
Nenhum comentário:
Postar um comentário