sexta-feira, 20 de outubro de 2017

JBS dá férias coletivas em Redenção e Marabá e preço da arroba do boi cai R$ 2,00

Em meio à confusão causada pelas plantas que paralisou no Mato Grosso do Sul, após a Justiça bloquear seus recursos em bancos por conta de dívidas tributárias no estado, a JBS dá férias coletivas desde do último dia (18) na unidade de Redenção e já anunciou que a de Marabá também a partir de segunda (23).



Depois do anunciou a arroba em Redenção caiu mais R$ 2,00, fechando em R$ 133,00, com o anúncio da parada da JBS local.
Em nota, o grupo avisa a paralisação temporária por 20 dias nas duas plantas alegando baixa disponibilidade de matéria-prima na região em função da forte seca e queimadas nesta época do ano”. A nota termina com o grupo garantindo a volta à normalidade após esse período. O mercado local confirma a falta de boi, mas teme pela pressão maior agora das outras empresas. “De Marabá para baixo morre entre 6,5 e 7 mil bois por dia, com 50% da JBS; sem ela comprando, vai regular das escalas dos demais”, explicou o consultor Jordan Timo Carvalho, que atende pecuarista e também unidades frigoríficas na região.
 “E virá mais queda, porque estavam escalando para três dias, carregando no final de semana para abater na segunda”, disse Timo Carvalho.
Nota Oficlal da JBS:
“A JBS informa que os colaboradores da unidade de Redenção/PA estão em férias coletivas programadas de 20 dias desde a última quarta-feira (18/10) e, na planta de Marabá/PA, a partir de segunda-feira (23/10), pelo mesmo período. O motivo para a concessão destas férias é a baixa disponibilidade de matéria-prima na região em função da forte seca e queimadas nesta época do ano. Após esse período as atividades serão retomadas normalmente”.
 Com frigos escalados, negócios no MS caem até R$ 8 pela @ com a saída da JBS
O quadro no Mato Grosso do Sul segue indefinido em relação ao fluxo de boi das fazendas para os frigoríficos concorrentes da JBS, depois que o grupo anunciou a saída das compras após a Justiça reter R$ 730 milhões por dívidas tributárias estaduais. O mercado parou depois que a decisão foi conhecida, na terça à tarde, e ontem depois do almoço alguns voltaram a comprar, mesmo com escalas prontas, situação que segue nesta manhã de quinta (19).
Túlio Denari, de Sidrolândia, viu negócios perderem R$ 8,00 na arroba, com lotes fechados a R$ 130,00 à vista. “Se a JBS tinha escalas até para 10 dias fechadas, com a saída sobrou boi que os médios e pequenos frigoríficos acabaram absorvendo a preços menores”, confirmou Denari. O grupo dos irmão Batistas estavam bancando a arroba em R$ 142,00 a prazo.
Questão de oportunidade, disse Leonardo de Barros, outro pecuarista, de Campo Grande. Segundo ele, as médias e pequenas plantas que estão comprando estavam com escalas fechadas, para até mais de 10 dias, mas com os vendedores “feito loucos batendo nas portas”, naturalmente que acabam ganhando na barganha.
Para Barros, que trabalha também com gado orgânico, precificado com um plus sobre a arroba – “portanto sou obrigado a acompanhar a situação como um todo” – o momento requer calma e deverá ser resolvido rapidamente. E se não for resolvida a questão da JBS, somente na semana que vem ficará claro como deverá ser a pressão nos preços, já que todos deverão voltar ao mercado para abrir novas escalas.
Janes Bernardino Lírio, de Bandeirantes, tem 80 boi prontos, mas não vai negociar por enquanto por uma arroba que vinha em média de R$ 136,00. “Vão querer me espremer mesmo”, opinou, reforçando que consegue manter seu gado na boca de furna (região de serra com terras férteis que descem para o Pantanal), “descansando”.

Na Associação do Novilho Precoce, o superintendente Klauss Machereth também concorda com Leonardo Martins, dizendo que a situação ficará clara quando os frigoríficos abrirem as escalas para valer. “Claro, vai ter pressão, mas com todos comprando as negociações não ficarão tão desvantajosas para os produtores”, explicou. Por: Giovanni LorenzonFonte: Notícias Agrícolas

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