Olho - Em apenas uma semana aconteceram três casos de suicídio em três
municípios do sul do Pará, todos ligados a situações depressivas. Em dois fatos
as vítimas utilizaram uma corda para por fim a existência.
Caso
recente - Em Redenção, no dia 2
de dezembro passado, o vendedor de picolé Melquíades Honório do Nascimento, 60 anos, praticou o suicídio, usando uma corda, depois de ter uma briga com um
filho. Na manhã do dia em que se enforcou, o ancião, após comprar alguns metros
de corda em um supermercado, pegou um mototáxi e se dirigiu até uma área
deserta, afastada de Redenção, e ao efetuar o pagamento da corrida, o
picolezeiro disse para o mototaxista que aquela seria sua última viagem. Preocupado,
o profissional acionou a Polícia Militar, que se dirigiu até o local onde o
mototaxista havia indicado, e encontrou o homem com a corda na mão, tentando
praticar o suicídio. Os militares lhe trouxeram de volta para a casa. Ao final
do dia, o ancião acabou se matando com o mesmo pedaço de corda.
Para esclarecer sobre a matéria que relata sobre o
suicídio de três pessoas, em um curto espaço de tempo, no sul do Pará, a
reportagem do Nosso Jornal procurou a Dra. Janaina do Vale Lopes, especialista
em psicologia, que explica ao nosso leitor sobre a prática do suicídio.
Psicóloga
De todos os pensamentos negativos que uma pessoa
pode ter, este é o mais significativo. O pensamento suicida aparece com uma
frequência muito maior do que imaginamos. Pensar em suicídio não se refere
apenas aos planos de morte, pensar em como seria bom se não estivesse sobre a
face desta terra já é um pensamento suicida, pensar em como seria se tivesse um
botão de desligar a vida, também é um pensamento suicida. Quando se chega a
este ponto, fica claro que esta pessoa deve procurar uma psicoterapia, pois,
mesmo que ela se considere “medrosa demais”, como muitos declaram para
concretizar o suicídio, apenas o fato de pensar em não estar mais vivo já é
algo muito significativo. Esta pessoa precisa, e merece, ajuda.
O pensamento suicida é sempre carregado de força...
Um pequeno pensamento pode encher a nossa vida de valor e significado. Quando
nos lembramos de bons momentos, sentimos uma leveza gratificante não é? Da
mesma forma, até mesmo um pequeno pensamento de morte pode significar muito
sofrimento. O pensamento em sua própria destruição surge quando a pessoa
acredita que não há solução para seus problemas. Esse tipo de pensamento vem à
mente em momentos de crise. A crise é identificada em meio à desorganização
mental, estresse e sensação de incapacidade de solucionar os problemas da vida.
O que provoca o sentimento depressivo não são apenas as coisas ruins que
acontecem na vida da pessoa, que em psicologia chamamos de agentes estressores,
que pode ser a morte de alguém, a perda do emprego, a discussão com a vizinha.
O que realmente provoca a depressão é a avaliação que a pessoa faz do quanto
ela pode enfrentar isso tudo. É o limite da capacidade de enfrentamento que
causa a depressão. Cada um tem seu limite, pra uns o limite é mais elástico do
que para outro, por isso, não adianta dizer: “Imagine ficar deprimido só porque
aconteceu isso com ele, eu já passei por isso e não fiquei deprimido”. Cada um
tem o seu limite, e quando passa esse ponto a pessoa entra em crise psicológica.
Então, se há pensamento de suicídio, mais cedo ou mais tarde, esta pessoa se
suicidará.
Na grande maioria das pessoas que se suicidaram houve um aviso, algo foi dito que demonstrasse pensamento suicida. O impulso para agir tem um tempo limitado, as ideias de morte persistem por algum tempo, mas ainda assim, normalmente a pessoa consegue resistir ao impulso de concretizar essa ideia, mas só o fato de ter o pensamento já demonstra a importância dessa depressão. Vale salientar que nem sempre há o desejo de morte, o desejo real é a eliminação do sofrimento e não da vida em si. Se percebemos este pensamento em um amigo ou familiar, devemos assim nos proceder. Não entre em pânico, fale com esta pessoa de forma tranquila, mas firme. Faça-a saber que ela é importante e que há pessoas que se preocupam com ela. Leve-a para psicoterapia imediatamente. Mesmo que você seja uma pessoa cuidadosa e saiba se relacionar muito bem, ainda assim, deve contar com atendimento psicológico profissional. Muitas vezes o desejo declarado de suicídio se refere muito mais à necessidade de saber o quanto se é amado pelas pessoas próximas. Muitas vezes o que impera é a necessidade em se perceber querido: ”Será que sentirão minha falta?” Mas, você não conseguirá determinar isto sozinho, portanto, não arrisque, ofereça tratamento.
Dra. Janaina do Vale Lopes
Psicóloga CRP: 10/03048
Especialista em Psicologia Clinica em Gestalt Terapia
Especialista em Psicologia do Trânsito
Especialista em Psicopedagogia
Na grande maioria das pessoas que se suicidaram houve um aviso, algo foi dito que demonstrasse pensamento suicida. O impulso para agir tem um tempo limitado, as ideias de morte persistem por algum tempo, mas ainda assim, normalmente a pessoa consegue resistir ao impulso de concretizar essa ideia, mas só o fato de ter o pensamento já demonstra a importância dessa depressão. Vale salientar que nem sempre há o desejo de morte, o desejo real é a eliminação do sofrimento e não da vida em si. Se percebemos este pensamento em um amigo ou familiar, devemos assim nos proceder. Não entre em pânico, fale com esta pessoa de forma tranquila, mas firme. Faça-a saber que ela é importante e que há pessoas que se preocupam com ela. Leve-a para psicoterapia imediatamente. Mesmo que você seja uma pessoa cuidadosa e saiba se relacionar muito bem, ainda assim, deve contar com atendimento psicológico profissional. Muitas vezes o desejo declarado de suicídio se refere muito mais à necessidade de saber o quanto se é amado pelas pessoas próximas. Muitas vezes o que impera é a necessidade em se perceber querido: ”Será que sentirão minha falta?” Mas, você não conseguirá determinar isto sozinho, portanto, não arrisque, ofereça tratamento.
Dra. Janaina do Vale Lopes
Psicóloga CRP: 10/03048
Especialista em Psicologia Clinica em Gestalt Terapia
Especialista em Psicologia do Trânsito
Especialista em Psicopedagogia
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