O presidente da Seccional de Parauapebas da Ordem
dos Advogados do Brasil no Pará (OAB-PA), Jakson Souza e Silva, denunciou em
Belém que estaria sofrendo ameaças de morte.
Ele teme ser assassinado porque os mesmos supostos
autores da morte do advogado Dácio Antônio Cunha, em novembro passado, e do
atentado a tiros contra o jornalista e blogueiro Wandernilson Santos da Costa,
o “Popó”, estariam soltos na região. “Tenho família, quatro filhos e temo sobre
o que pode me acontecer”, afirmou o advogado.
Jarbas Vasconcelos, presidente estadual da OAB,
cobrou providências do secretário de Segurança, Luís Fernandes, e do
delegado-geral adjunto, Silvio Maués, para que sejam oferecidas garantias para
que Jakson possa continuar desempenhando suas atividades profissionais. “É um
absurdo o que está acontecendo e não sossegaremos enquanto não forem
investigados e presos os autores das ameaças”, declarou Vasconcelos, lembrando
os últimos assassinatos ocorridos no Estado contra advogados e as ameaças
contra esses profissionais que atuam em vários municípios.
Perguntado sobre quem o estaria ameaçando, Jakson
contou que não possui inimigos em Parauapebas, menos ainda clientes insatisfeitos
com seu trabalho. O comandante da OAB no município, porém, apontou fatos sobre
possíveis motivações para que seu nome fizesse parte de uma lista de pessoas
marcadas para morrer no município. Dentre elas figuram ações judiciais contra a
gestão do atual prefeito do município, Walmir da Integral (PSD), ligado ao
vice-governador do Estado e governador em exercício, Helenilson Pontes. Um dos
processos é uma ação popular contra o prefeito de Parauapebas, que já teria
pago cerca de R$ 42 milhões para um advogado de Camboriú (SC).
Walmir da Integral, diz Jakson, pretende pagar
mais de R$ 119 milhões, mas Jakson ingressou na Justiça com pedido de bloqueio
e suspensão de qualquer pagamento. A Justiça deferiu o pedido e proibiu o
prefeito de realizar qualquer novo pagamento. “Não descarto que essas ameaças
tenham a ver com o Caso Pazinato”, como é conhecida a ação popular, enfatizou
ele.
Também relatou que outros dois processos
defendidos por seu escritório de advocacia poderiam ter provocado o ódio de
políticos e empresários corruptos de Parauapebas. Um deles é uma fraude no
transporte escolar. “São fatos incontestes e fartamente comprovados”, salienta,
informando que toda a documentação foi entregue à Polícia Federal e aos
Ministérios Públicos Federal e Estadual. Jakson também conseguiu suspender uma
licitação com suspeita de fraude para aquisição de uniformes escolares pela
prefeitura, fato que teria provocado a demissão da secretária de Educação.
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