Na última semana
passada enquanto pecuaristas liderados pelo produtor Vitório Guimarães
interditavam um trecho da BR-158, localizado a cerca de 5 km de Redenção em
apoio ao protesto nacional contra o processo de demarcação de terras indígenas
no país, os índios, da Aldeia Gorotire, liderados pelo cacique e líder Kayapó
Irejho Kayapó, também interditaram a BR-158 e PA-287 no trecho conhecido por
Tatá que dá acesso ao município de Cumaru do Norte.
Enquanto os
pecuaristas buscavam atrair a solidariedade da população de todo o país para o momento
de insegurança jurídica por causa das demarcações e ampliações de terras indígenas, além das áreas ambientais, quilombolas e extrativistas, e também a
suspenção imediata de todos os processos em andamento de demarcação de terras
indígenas e anulação das demarcações oriunda de laudos da FUNAI, até que as
novas regras sejam colocadas em vigor, os indígenas solicitavam a presença de
representantes do governo federal e a suspenção da Proposta de Emenda
Constitucional-PEC 215/2000, que visa outorgar ao Congresso Nacional a
competência para homologar as terras indígenas, retirando desta forma o poder
absoluto da FUNAI.
Com
facões, flechas e pintados, os índios se posicionaram no meio da BR e
solicitavam a presença dos deputados federais Zequinha Marinho (PSC) e Giovanni
Queiroz (PDT) defensores da PEC-215.
O protesto
dos pecuaristas se encerrou às 14 horas da sexta-feira (14), enquanto que o
protesto dos indígenas se estendeu até à tarde do sábado (15), onde os índios
exigiam a presença da presidenta Dilma Rousseff e os deputados federais. A
interdição se estendeu até à tarde do último domingo (15).
Os
indígenas estavam determinados a permanecer com a interdição até que o
representante do governo federal viesse até fazer a negociação. A decisão de
liberar a passagem dos veículos acorreu depois que o líder da nação Kayapó,
recebeu um e-mail do Ministro da Justiça, informando que o cacique Raoni,
estava em Brasília, agendando uma reunião com a presidente Dilma.
Somente
depois que o cacique Irejho Kayapó falou pelo telefone com o cacique Raoni foi
que os índios liberaram a passagem dos veículos que formaram uma enorme fila
devida os três dias de paralização. (Dinho Santos)
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