“Pelo menos 38 pessoas no sul e sudeste do Estado
amanhecem o dia com a real sensação que pode ser o último”.
De acordo com a lista de ameaçados de morte feita
pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), cerca de 40 pessoas estão marcadas para
morrer na região. Em São Félix do Xingu, Juvêncio Coelho da Luz tem medo da
escuridão e tem uma bala alojada no peito como companheira diária. Membro do
Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de São Félix é assentado
pelo INCRA desde 2004.
Em 2011 recebeu uma proposta de compra da terra.
Juvêncio recusou. Poucos dias depois enquanto roçava o pasto recebeu um tiro de
revólver no peito, calibre 32. Coelho registrou o fato na Delegacia de Polícia
de São Félix do Xingu, mas nenhuma providência foi tomada por parte da polícia.
O agricultor mora atualmente na vila do Projeto de
Assentamento Sudoeste, sem poder retornar ao próprio lote por medo de ser
assassinado. Depois de baleado, vem sendo avisado do risco que corre.
Em Tucuruí, Roquevam Alves Silva é uma das
lideranças do grupo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB). As ameaças de
morte sofridas por ele têm sido especificamente por denúncias feitas contra
madeireiros de Tucuruí que extraem e vendem ilegalmente madeira nas ilhas do
Lago da Usina Hidrelétrica de Tucuruí (UHT) e nas áreas de terra firme no
entorno.
Depois das denúncias feitas por Roquevam Silva,
madeireiros tiveram madeiras, balsas e equipamentos apreendidos pela Secretaria
Estadual de Meio Ambiente e foram intimados pela Delegacia de Polícia Civil de
Tucuruí. Diário do Pará
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