quinta-feira, 13 de junho de 2013

DESPEJADOS PELO INCRA MORADORES QUEREM TERRA PARA MORAR

Ex-moradores da Gleba Las Casas, no município de Pau D’Arco, participaram na última sexta-feira (07), de uma audiência pública que discutiu a situação das mais de 115 famílias que foram desalojadas da área em que estavam instaladas há mais de trinta anos e que estão com a situação indefinida pelo Instituto de Colonização e Reforma Agraria (INCRA).   








O evento que aconteceu na quadra esportiva localizada no centro da cidade, contou com a presença do executor do INCRA de Conceição do Araguaia Emivaldo Amâncio, Vania Marques, ouvidora do INCRA de Conceição do Araguaia, Francisco Juscilé, defensor agrário federal, Mauricio Cavalcanti, prefeito do município, e diversas autoridades do município. Os participantes lamentaram a ausência do representante do ministério público federal e do representante da FUNAI, parte envolvida diretamente no processo.
A principal pauta da audiência esteve relacionada à situação das famílias que mesmo possuindo o título definitivo das terras expedido pelo antigo ITERPA, foram despejados da área que se tornou área de reserva indígena.




Impasse: As famílias foram desalojadas há cerca de 6 anos, com a promessa de que o INCRA iria recolocar cada família em novas áreas de assentamentos, e a FUNAI pagaria as benfeitorias existentes nas propriedades. Passado mais de 06 anos apenas 20 famílias foram assentadas e poucas foram as que receberam o direito das benfeitorias paga pela FUNAI.  Emoção: muitos moradores que participaram a audiência choraram no momento que expressaram a sua situação, de cada morador que teve que deixar a região.
Nely Costa da Silva, 65 anos, disse que se sente enganada pelo INCRA, pois o órgão a despejou e seus pais prometendo que iria colocá-los em um assentamento com estrutura, e até os dias de hoje nada disso aconteceram. Ela chorou ao relembrar que moraram 36 anos na região das Las Casas, e teve que deixar pra trás tudo que foi conquistado com muito trabalho. “Hoje eu vivo com depressão e vários outros problemas frutos da situação de abandono que o INCRA nos colocou, lá nós tínhamos tudo e hoje a terra está abandonada e muitas famílias querem ali residiam estão passando por problemas de saúde e outros até faleceram de tanta tristeza’ desabafou Nely.
O produtor rural José Tavares de Souza, de 70 anos, é outro morador da região das Lãs Casas, que sofre com a desapropriação e esperar ser colocado na terra que o INCRA prometeu. Segundo ele o dinheiro da benfeitoria que existia na terra na qual ele morou mais de 30 anos e onde criou filhos e netos, deu somente para comprar um barraco na cidade e nada mais, ele aguarda a terra prometida pelo INCRA ou que o órgão paga o valor justo da terra titulada e que por mais de trinta anos ele pagou todos os impostos. “Eu gostaria de ter a minha terra de volta passei a minha vida toda produzindo e fui impedido de continuar trabalhando na terra que eu comprei isso não é justo” disse José, enquanto o filho mais velho mostrava a documentação da terra.

Promessa: O representante do INCRA Emivaldo Amâncio, disse que o órgão está empenhado em resolver o problema de todas as famílias, ele garantiu que dentro do prazo de quarenta dias a situação de 30 famílias estará sendo resolvida, pois elas serão assentadas no assentamento Escaladas Norte Juliana, no município de Xinguara e que também o problema da Fazenda São João, para onde foram mandadas várias famílias e que até hoje o fazendeiro dono da área não recebeu o pagamento da desapropriação também será resolvido dentro do prazo de 40 dias. Uma nova marcada para o mês de agosto para avaliar se o INCRA cumpriu ou deixou de cumprir o acordo firmado na reunião. (Dinho Santos)

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