Exercendo a função de
vereador há 14 anos, João Lúcio Borges teve um desempenho governista. Atuou na
base dos governos, mas nunca deixou sua imagem ‘colar’ à do gestor. Ciente da
responsabilidade que o povo lhe confiou, o vereador sempre buscou colaborar com
as administrações anteriores sem prejudicar o povo. Nos mandatos de JPC e
Wagner Fontes, a atuação do parlamentar lhe renderam seu terceiro e quarto
mandato com aumento expressivo do número de votos e alto índice de aceitação
popular, apesar dos desgastes na gestão dos ex-prefeitos.
Surpreendentemente,
João Lúcio rompeu com o prefeito Vanderlei Coimbra no segundo semestre deste
ano. Ele garante que não faz mais parte da base do governo. Confira entrevista
exclusiva à Repórter Elizangela Dantas.
Elizangela Dantas – Vereador é verdade que o
senhor não faz mais parte da base de apoio do Prefeito Vanderlei Coimbra?
João Lúcio – Não. No mês de agosto comuniquei ao
prefeito que mudaria minha maneira de atuar, que cobraria mais atitudes do
governo no sentido de dar uma resposta para os graves problemas de gestão que o
município enfrenta.
Elizangela Dantas – Que problemas o senhor se
refere? Para cobrar tem que se afastar da base de apoio?
João Lúcio – Os problemas são diversos. Na saúde
faltam médicos, exames, remédios, posto de saúde fechado, ambulâncias sendo
devolvidas, falta de iluminação pública, asfalto se deteriorando, atraso de
salários, enfim são muitos problemas que revelam uma administração ruim do
governo. E sobre as cobranças, o governo não tem maturidade para receber
cobranças dos vereadores. Bastou eu cobrar, por exemplo, o compromisso que ele
fez de asfaltar a Avenida Mato Grosso no Capuava, para provocar um profundo
estresse na cúpula do prefeito.
Elizangela Dantas – Como o senhor percebeu o
estresse do governo?
João Lúcio – Bom, eu publiquei a cobrança do
asfalto da Avenida Mato Grosso na rede social, ai os defensores do governo
‘entraram de sola, fazendo críticas à minha cobrança’ e logo depois saíram
demitindo qualquer servidor que fosse indicação minha ou do meu partido (PROS).
Elizangela Dantas – E houve as demissões das
pessoas de sua indicação e do seu partido?
João Lúcio – Sim. Em três dias eles fizeram as
demissões, chegaram ao ponto de demitir professora no meio do bimestre,
poderiam ter o bom senso de pelo menos esperar terminar o bimestre, mas é com
eu digo o governo não tem maturidade para receber cobranças.
Elizangela Dantas – O senhor tinha muita gente
indicada na prefeitura?
João Lúcio – Não. Os assessores do governo ficaram
frustrados porque achava que eu tinha muitas indicações, o que não era verdade.
Meu partido (PROS) não era prestigiado no governo e quando eu reclamava o
Vanderlei dizia que na campanha tinha feito acordos com outros partidos.
Elizangela Dantas - O senhor ficou na base do JPC
e Wagner Fontes mesmo eles estando desgastados e porque não com o Vanderlei?
João Lucio – Boa pergunta. Acontece que
recentemente eu fui presidente da Câmara Municipal e modéstia à parte fizemos
um trabalho extraordinário como administrador do poder legislativo. Honramos os
compromissos, melhoramos os salários e as gratificações dos servidores,
promovemos a valorização dos servidores desde servente até secretária geral.
Motivamos os servidores, criamos o site da Câmara, enfim fizemos uma
administração exemplar. Daí pra cá aumentou minha responsabilidade como homem
público e eu com minha experiência administrativa não posso ver minha cidade
regredir e ficar passivo. O povo me cobra atitude e com razão.
Elizangela Dantas – Para finalizar o senhor pensa
em se candidatar a prefeito nas próximas eleições?
João Lúcio – Bom, se me aventurasse a ser
candidato a prefeito no meu primeiro mandato de vereador e tivesse a felicidade
de ser eleito, a probabilidade de fazer
uma administração ruim era muito grande, a exemplo do que está acontecendo com
o Vanderlei. Eu não tinha maturidade, conhecimento e nem experiência. Agora me
sinto capacitado. Já fui presidente da Câmara, fiz uma administração muito bem
avaliada e estou no quarto mandato de vereador, conheço de perto os problemas
rurais e urbanos do nosso município. Tenho aliados importantes no governo do
Estado e no governo federal. Estou com 42 anos de idade, tenho uma família
consolidada, então posso dizer que estou preparado para disputar a prefeitura
de Redenção. Parte da minha base acha que é hora, mas estamos discutindo com o
grupo e o partido. Se for da vontade de Deus... Quem sabe né?
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