Na última terça-feira (28), o procurador da
República, Felício Pontes Filho participou de reunião com líderes da etnia Kaiapó,
integrantes de três aldeias do sul do Pará. O encontro aconteceu no auditório do
Ministério Público Federal, em Redenção, e contou com a participação de mais de
50 índios das aldeias Gorotire e Krini,
localizadas no município de Cumaru do Norte
e Las Casas, em Pau D’arco.
A pauta da reunião que aconteceu com as portas
fechadas, foi para tratar de assuntos referentes à ação dos coordenadores da Fundação
Nacional do Índio (FUNAI), que, segundo os
indígenas, estão desviando os recursos destinados para atender as
comunidades da região.
Durante o encontro os kaiapós solicitaram a
exoneração de toda a diretoria da FUNAI dos municípios de Redenção e Tucumã,
responsável pelo atendimento dos selvícolas.
Na reunião os índios cobraram uma explicação
sobre as ações da Polícia Federal nos garimpos clandestinos existentes nas
aldeias que foram fechados pelos agentes, e uma presença mais eficaz da FUNAI
que está muito distante da comunidade Kaiapó, segundo os caciques. Os índios
também solicitaram a demarcação de suas terras, tanto prometida pela FUNAI, mas
que não tem sido executada pelo órgão. 
Felício Pontes ouviu atentamente as
reivindicações e disse que nesta quinta-feira (30), estará reunindo novamente
com os líderes, onde vai passar as decisões apresentadas pelo Ministério
Público Federal. Ao final do encontro,
o procurador disse que todas as denúncias feitas pelos indígenas serão
encaminhadas a Polícia Federal, que fará as investigações e caso as denúncias
se confirmem os culpados serão punidos. Quanto à exoneração dos coordenadores,
o procurador disse que vai aguardar a investigação da PF. ‘’Nos estaremos aguardando
as investigações e voltaremos a sentar, para apresentar um plano de estratégia
que possa promover essa aproximação da FUNAI com os Kaiapós’’, disse Pontes. Para
o cacique Davi Kaiapó, o encontro não deixou a comunidade muito satisfeita,
pois eles queriam a exoneração imediata dos coordenadores. ‘’Saímos da reunião
não muitos contentes, pois a comunidade Kaiapó, esperava que os coordenadores
fossem exonerados. Eles não têm compromisso
com o nosso povo, mas vamos esperar a próxima reunião pra ver o que vai
acontecer’’, disse o cacique. Dinho Santos
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