terça-feira, 13 de agosto de 2013

Jatene tenta reaproximação com sudeste do Estado

Região “tradicionalmente” esquecida pelo governo do Estado, o sudeste do Pará recebeu a visita do governador Simão Jatene nesta segunda feira (12). Oficialmente, ele veio fiscalizar obras do Estado e promover a aula inaugural do curso de Medicina da UEPA. Mas, na prática, o que Jatene buscava era uma reaproximação com a região, dado ano eleitoral que se avizinha.
Pena que até mesmo em momentos assim, Jatene não abriu mão do seu jeitão de fazer política, sem dar a mão à palmatória e agindo como se a comunidade regional não soubesse o que está acontecendo no cenário político paraense.


Pela manhã, na aula inaugural do curso de Medicina, fez questão de dizer que conhece muito bem o interior do Estado e que fica chateado quando “alguns políticos” se dizem donos do interior. Mas não disse por que os investimentos têm sido tão precários na periferia paraense.
À tarde, montou uma mesa redonda com prefeitos da região no templo da Assembleia de Deus da Avenida Antônio Vilhena (?), para, em teoria, ouvir as demandas regionais.
Citou trecho da música Sampa de Caetano Veloso, onde diz que “Narciso acha feio o que não é espelho”, como forma de atingir o prefeito João Salame, de Marabá, que se tornou adversário político que mais o incomoda desde o plebiscito pela criação do Estado de Carajás.
Jatene ouviu as reivindicações, mas ficou sem resposta para muitas perguntas, como, por exemplo, o porquê de o Clube do Remo receber do Banpará a “bagatela” de R$ 60 mil mensais sem disputar nenhuma competição oficial, enquanto ao Águia, que está entre os primeiro da Série C, são destinados minguados R$ 15 mil.
Não disse também por que não investiu ainda nenhum centavo no novo estádio de Marabá, ao passo em que no estádio de Santarém já foram investidos R$ 20 milhões, além dos sucessivos investimentos no Mangueirão, em Belém.
Não explicou o governador por que o PPA 2014-2015 não contempla uma escola sequer para o município de Marabá, uma falha gigantesca na visão de quem milita na educação, haja vista o crescimento populacional da cidade.
Por fim, Jatene calou-se sem dar resposta concreta alguma à proposta do prefeito João Salame de firmar parceria para drenagem e pavimentação de ruas, onde o Estado entraria com R$ 50 milhões e o município também com R$ 50 milhões.
Um dos participantes da reunião (que obviamente pediu para ter sua identidade resguardada) disse que, para quem queria ouvir, Jatene falou até demais e “falou demais porque não tinha nada a dizer”.

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